Jacqueline Heluy
Agência Assembleia
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César Pires, integrante do bloco governista, e Bira do Pindaré, da oposição, divergiram sobre algumas questões referentes à greve, mas foram uníssonos em demonstrar o quanto parlamentares governistas e oposicionistas estão empenhados em buscar um acordo que dê fim à paralisação.
Duas reuniões com os professores já foram intermediadas pela Comissão de Educação, presidida por César Pires, com a participação de vários deputados. A última nesta terça-feira, com uma proposta dos professores que será levada pela Comissão à secretária Olga Simão (Educação). Os professores aceitam acabar com greve se o governo se comprometer em pagar o piso salarial nacional, acrescido da implantação do Estatuto que trará avanços à carreira do magistério.
César Pires garantiu durante o programa que o governo não se recusa a cumprir a recente decisão do STF, que considerou legal o piso salarial nacional dos professores, mas que aguardará o término do julgamento do processo pela Corte, iniciado no dia 6 de abril. O problema, segundo o parlamentar, é o impacto financeiro que o novo piso poderá causar ao Estado, já que o orçamento anual já foi aprovado. Afirmou que a situação é preocupante não apenas para o Maranhão como, também, para outras unidades da federação.
O deputado Bira do Pindaré, por sua vez, deixou claro que a oposição apoia a greve dos professores e que a questão salarial é crucial para um ensino de qualidade. Disse que os professores precisam voltar às salas de aula motivados e que uma greve fracassada ocasionará reflexos negativos no ensino. Ele defendeu que haja uma solução honrosa para o impasse.
Bira do Pindaré também enfatizou que o Maranhão possui uma das piores avaliações do Indeb (Índice do Desenvolvimento da Educação Básica), cuja melhoria passa por uma remuneração digna aos professores.
RESPOSTA
Em resposta à crítica, César Pires lamentou que a oposição, quando esteve no governo, não tenha feito nada para melhorar a educação do Maranhão e que insista apenas no mesmo discurso “do bolso”, sem uma discussão mais ampla e aprofundada sobre a questão educacional. Ele afirmou que reivindicar melhoria salarial é um direito líquido e certo dos professores e que a secretária Olga Simão não se recusa a dialogar com os grevistas.
César Pires enfatizou que já é hora da oposição discutir a educação de uma forma diferente, caso contrário, não haverá avanços. Segundo ele, o problema está na sala de aula e na qualificação dos professores, sem perder de vista a questão salarial. Disse que educação tem que ser tratada como política de Estado, e não de governo, com planejamento construído e alicerçado em pilares sólidos.
Bira do Pindaré concordou com a posição do governista, ressaltando que em nível de governo federal já há avanços na educação com a ampliação dos Centros Tecnológicos, mas lamentou que enquanto isso, no Maranhão, a luta ainda seja para combater o analfabetismo.
O jornalista Adalberto Melo enriqueceu o debate entre os dois parlamentares apresentando dados de países como o Canadá, cujos investimentos na educação estimulam a carreira do magistério entre os alunos do Ensino Médio, o que já não ocorre no Brasil, onde o desestímulo leva à dificuldade de novos professores.
NOTA OFICIAL
A atitude do gestor regional da Educação do município de Barra do Corda, que assinou ato exonerando todos os professores grevistas da região, também foi destacada durante o debate. Os dois parlamentares condenaram a ação. O parlamentar da base governista disse que a atitude do gestor não teve a concordância da governadora ou da secretária, que não determinaram a exoneração de nenhum professor.
A jornalista Cristiane Moraes comentou uma Nota Oficial expedida no início da noite de ontem em que o governo criticou e revogou o ato isolado do gestor de Educação de Barra do Corda.
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